Passo a passo: Testar a acessibilidade de um site
Há vários métodos e ferramentas disponíveis para testar a acessibilidade de um site. Dependendo do objetivo, do escopo e da profundidade técnica, os pontos fracos mais comuns em termos de acessibilidade podem ser identificados, analisados e corrigidos de forma direcionada.
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Como testar a acessibilidade do seu site?
Existem diversas maneiras de testar a acessibilidade de um site. O ideal é combinar ferramentas automatizadas com métodos de avaliação manual.
Você pode começar instalando extensões de navegador ou usando validadores on-line para identificar falhas evidentes. Uma análise inicial costuma incluir testes de contraste de cores, textos alternativos para imagens e verificação da estrutura semântica do documento HTML, além da clareza de formulários (por exemplo, com o uso correto da tag <label>
). No entanto, muitas barreiras não são identificadas por essas ferramentas, como navegação confusa e textos difíceis de entender.
Nesse momento, testes manuais podem ajudar. Eles são realizados com usuários reais ou especialistas em tecnologias assistivas, que avaliam como o site se comporta em determinadas condições. Os resultados dos testes, tanto automatizados quanto manuais, devem ser documentados e analisados para que as melhorias sejam implementadas de forma eficaz.
Quem utiliza um CMS acessível, como o Plone, Contao ou papaya CMS, já evita muitas barreiras técnicas que, de outra forma, só seriam descobertas nos testes.
Que sites devem implementar e testar a acessibilidade?
No Brasil, a acessibilidade digital é regulamentada principalmente pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Ela estabelece que sites mantidos por empresas com sede ou representação no país, ou que forneçam serviços ao público brasileiro, devem garantir acessibilidade a pessoas com deficiência.
O Decreto nº 5.296/2004, por sua vez, determina critérios de acessibilidade para conteúdos digitais, especialmente no setor público. A norma técnica adotada como referência no país é a WCAG 2.1 (Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web), mantida pelo W3C. Também vale destacar o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico e‑MAG, que adapta os princípios internacionais à realidade brasileira, sendo recomendado para órgãos públicos.
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) também pode ter implicações indiretas na implementação de medidas de acessibilidade: por exemplo, um banner de consentimento de cookies inacessível por tecnologias assistivas pode ser considerado discriminatório e infringir o princípio da equidade no acesso à informação.
Portanto, órgãos públicos e empresas privadas devem garantir que seus serviços digitais sejam acessíveis: não apenas para atender à legislação vigente, mas também como um compromisso ético com a inclusão e com a usabilidade universal.
Testes de acessibilidade de sites automatizados e manuais
Antes que um site possa ser considerado acessível, ele precisa ser avaliado em diferentes cenários de uso. Para isso, são utilizados testes automatizados e manuais — o ideal é combinar os dois. Cada método tem seus pontos fortes e detecta diferentes tipos de barreiras.
Testes automatizados
Testes automatizados são análises rápidas e eficientes realizadas por softwares. Eles conseguem identificar elementos como ausência de textos alternativos, contrastes inadequados ou uso incorreto de funções ARIA. São ideais para uma primeira análise de um design de site acessível e para o controle de qualidade contínuo. No entanto, é importante lembrar que essas ferramentas só detectam uma parte limitada dos possíveis problemas. Dificuldades linguísticas, barreiras interativas ou problemas de navegação, por exemplo, muitas vezes não são identificados.
Testes manuais
Testes manuais complementam os automatizados ao analisar a usabilidade do site em condições reais de navegação, seja por especialistas ou por pessoas com deficiência. Esses testes incluem navegar por todo o site usando apenas o teclado, utilizar leitores de tela e avaliar se o conteúdo é compreensível e bem estruturado. A perspectiva de usuários com limitações motoras, visuais, auditivas ou cognitivas é considerada fundamental nessa etapa. Só por meio dessa avaliação humana é possível detectar muitas barreiras que passam despercebidas por ferramentas automatizadas.
Para testar a acessibilidade do seu site, o melhor caminho é adotar uma estratégia estruturada que combine esses dois tipos de análise.
Top 5 ferramentas para testar acessibilidade de sites
Ferramentas automatizadas são úteis para obter um panorama inicial da acessibilidade de um site. A seguir, apresentamos cinco opções bem avaliadas.
WAVE (Web Accessibility Evaluation Tool)
O WAVE é uma ferramenta prática e gratuita em forma de extensão para navegador, que permite avaliar rapidamente a acessibilidade de páginas individuais. Ele marca visualmente os elementos com barreiras diretamente no layout da página, mostrando claramente onde há necessidade de melhoria. Além disso, fornece dicas concretas sobre como corrigir os problemas encontrados. É uma ótima escolha para iniciantes que querem uma visão geral rápida de seus sites. O WAVE também oferece uma API paga e um motor de testes, que podem ser integrados em processos de desenvolvimento para automatizar as avaliações de acessibilidade.
Vantagens | Desvantagens |
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Interface intuitiva e visualização clara | Não faz varredura completa no site |
Gratuito | Nem todos os critérios da WCAG são cobertos |
axe DevTools (da Deque Systems)
O axe DevTools é uma poderosa extensão de navegador voltada para desenvolvedores, que oferece uma análise gratuita, precisa e detalhada da acessibilidade de sites. Ele identifica uma ampla variedade de barreiras com base nos padrões da WCAG e fornece orientações práticas para corrigi-las, facilitando bastante o trabalho. O plugin é ideal tanto para desenvolvedores quanto para equipes de QA que desejam testar acessibilidade de forma eficiente. A Deque Systems também oferece soluções pagas para testes de acessibilidade, com integração fluida a ambientes de desenvolvimento, IDEs e pipelines de CI/CD, permitindo que a acessibilidade seja incorporada de forma automatizada ao processo de desenvolvimento.
Vantagens | Desvantagens |
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Alta precisão | Requer conhecimento técnico |
Boa integração com fluxos de trabalho de desenvolvimento | Apenas algumas funcionalidades são gratuitas |
Google Lighthouse
O Google Lighthouse é uma ferramenta integrada ao navegador Chrome, acessível diretamente pelas ferramentas de desenvolvedor. Ele fornece, entre outros dados, um índice de acessibilidade (Accessibility Score) que oferece uma visão rápida sobre a acessibilidade de um site e sugere melhorias específicas. O Lighthouse verifica, por exemplo, contraste de cores, estrutura semântica do HTML e textos alternativos para imagens. Além disso, analisa desempenho, SEO e boas práticas, sendo uma ferramenta útil para a otimização geral de sites. Como é executado diretamente no navegador, não exige instalação adicional, o que facilita seu uso inicial.
Vantagens | Desvantagens |
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Integrado ao Chrome | Análise limitada |
Avaliação completa da qualidade do site | Não avalia fluxos entre páginas |
Siteimprove Accessibility Checker
Semelhante às opções anteriores, o Siteimprove Accessibility Checker é uma extensão de navegador gratuita que avalia a acessibilidade da página exibida. A ferramenta destaca visualmente os problemas encontrados e os classifica conforme os critérios da WCAG, grau de prioridade e grupos de usuários afetados. Um dos principais diferenciais é a explicação clara de cada erro, com sugestões concretas de correção, tornando a ferramenta acessível até mesmo para quem não é desenvolvedor. O Siteimprove se destaca por seu foco em usabilidade e aplicabilidade prática, sendo ideal para redatores e profissionais sem conhecimento técnico. Além disso, pode ser integrado à plataforma paga do Siteimprove, permitindo a gestão centralizada de acessibilidade, analytics e controle de qualidade.
Vantagens | Desvantagens |
---|---|
Fácil de usar graças às explicações claras | Testa apenas uma página por vez |
Gratuito | Requer fornecimento de dados para uso |
Accessibility Insights
O Accessibility Insights é uma ferramenta gratuita da Microsoft disponível como extensão para os navegadores Chrome e Edge. Ela suporta desde verificações rápidas até testes completos de acessibilidade baseados nas diretrizes da WCAG. A ferramenta oferece dois modos principais: o FastPass, para verificações automáticas rápidas, e o modo Assessment, que permite realizar testes manuais passo a passo. Um diferencial importante é a destaque visual das barreiras na página, acompanhado de instruções bem documentadas para correção dos problemas. O Accessibility Insights é especialmente para desenvolvedores e está disponível como extensão para Chrome e Edge, além de oferecer um aplicativo específico para Windows.
Vantagens | Desvantagens |
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Cobertura abrangente das diretrizes WCAG | Disponível apenas em inglês |
Gratuito | Pouco indicado para quem não tem conhecimento técnico |
Testar acessibilidade de sites manualmente
Muitos problemas de acessibilidade só podem ser identificados por meio de testes manuais, especialmente aqueles relacionados à compreensão, estrutura, usabilidade e experiência real do usuário. As abordagens a seguir oferecem formas práticas de testar um site sob diferentes perspectivas.
Navegação por teclado
Um teste manual fundamental é verificar se o site pode ser navegado completamente apenas pelo teclado. O objetivo é checar se todos os conteúdos e funcionalidades estão acessíveis sem o uso do mouse. Normalmente, usa-se a tecla Tab para avançar entre elementos, as setas para navegação e as teclas Enter ou Espaço para interagir. Esse teste é essencial para pessoas com limitações motoras ou que usam dispositivos de entrada baseados em teclado.
Vantagens | Desvantagens |
---|---|
Fácil de executar | Pode ser demorado em sites complexos |
Identifica muitas barreiras comuns | Não oferece relatórios automáticos |
Testes com leitores de tela
Leitores de tela são softwares que convertem o conteúdo da tela em voz ou Braille para pessoas cegas ou com baixa visão. Testar com ferramentas como NVDA (Windows) ou VoiceOver (macOS) permite simular essa experiência. Assim, é possível identificar problemas como estrutura semântica inadequada, ordem incorreta dos elementos ou botões sem rótulo. Embora o uso de leitores de tela exija uma curva de aprendizado, os testes fornecem insights valiosos sobre a usabilidade real de um site.
Vantagens | Desvantagens |
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Avaliação próxima da experiência real | Requer tempo para aprender a usar |
Revela problemas invisíveis a olho nu | Comportamento varia entre leitores de tela |
Testes de zoom e contraste
A acessibilidade não deve ser vista como incompatível com o web design moderno — pelo contrário, um bom design também é acessível. Testar a visualização com zoom (por exemplo, em 200%) ou simular daltonismo (como modo em tons de cinza) ajuda a identificar problemas de design que afetam usuários com deficiência visual. Entre os erros comuns estão: contraste inadequado de cores, conteúdo cortado e componentes que não redimensionam corretamente. Muitos sistemas operacionais e navegadores já oferecem funções integradas para esses testes.
Vantagens | Desvantagens |
---|---|
Fácil de realizar | Avaliação às vezes subjetiva |
Identifica falhas no design | Não substitui uma análise completa |
Clareza cognitiva
A acessibilidade também depende do conteúdo. Os textos devem ser claros e bem estruturados. Sempre que possível, devem ser redigidos em linguagem simples. Verifique, por exemplo, se os termos técnicos são explicados, se as frases são curtas e se os parágrafos têm organização lógica. Inteligência artificial (IA) e modelos de linguagem (LLMs) podem ser usadas para avaliar a clareza textual e sugerir versões mais acessíveis, adaptadas a diferentes públicos. Funcionalidades interativas, como formulários e leitura de QR code no computador, também devem ser projetadas de forma acessível. Isso beneficia não apenas pessoas com deficiência cognitiva, mas também aquelas com baixa escolaridade ou que não dominam o idioma.
Vantagens | Desvantagens |
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Beneficia um público amplo | Avaliação subjetiva |
Fácil de implementar | Não há padrão de teste definido |
Checklists e critérios WCAG
A WCAG 2.1 define quatro princípios fundamentais da acessibilidade digital: perceptível, operável, compreensível e robusto, resumidos pela sigla POUR. Esses princípios são a base para diversos testes reconhecidos e checklists, como o teste BITV ou listas práticas desenvolvidas por organizações como WAI e DIAS. Esses recursos estruturados ajudam a identificar barreiras de forma sistemática, priorizar correções e documentar o progresso de forma transparente.
O que fazer depois de testar a acessibilidade de um site?
Após os testes, os resultados devem ser documentados com cuidado e analisados com base em uma classificação por prioridade, como “crítico”, “médio” ou “baixo”. Devem ser corrigidos primeiro os problemas mais graves, especialmente os que impedem o uso ou têm implicações legais, como imagens sem texto alternativo.
A longo prazo, é fundamental incorporar princípios de acessibilidade nos processos de design, desenvolvimento e produção de conteúdo. A melhoria contínua garante que a acessibilidade seja tratada como uma tarefa permanente, não como um projeto pontual. Também é importante prever testes de acompanhamento após mudanças significativas no site (como relançamentos, atualizações técnicas ou inclusão de novos conteúdos), para assegurar a manutenção do padrão de acessibilidade.
Conclusão
Testar a acessibilidade de um site não é uma tarefa única, mas um processo contínuo. A combinação de ferramentas automáticas, testes manuais e checklists bem estruturados permite identificar e eliminar muitas barreiras digitais de forma eficaz. Mais do que uma exigência legal, a inclusão digital é um valor ético e um diferencial competitivo essencial para qualquer site moderno.
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